Lagoa do Bonfim tem água suficiente para adutora, diz Semarh

09/01/2008
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) espera pela confirmação de que a estação chuvosa de 2008 começará dentro do previsto e assegura que as reservas de água na lagoa do Bonfim, que abastece a adutora Monsenhor Expedito, são suficientes para os próximos cinco meses. A coordenadora do programa do Semi-árido Potiguar, Joana D’arc Freire resume a situação como “de alerta, mas não é crítica”. “Principalmente porque a previsão é de chuva”, acrescenta.

A adutora Monsenhor Expedito chega a 23 municípios na região do Agestre potiguar e a redução no volume d´agua na lagoa do Bonfim é perceptível. A informação da Assessoria de Imprensa da secretaria é de que, ainda que não chova sequer uma gota, o abastecimento ainda estaria garantido por cerca de cinco meses. Joana afirma, por sua vez, que apesar de o reservatório estar menos de dois metros acima do nível mínimo necessário para o abastecimento da adutora, isso ainda representa um grande volume. “Não é como um açude em que a redução é mais rápida”, compara.

O levantamento mais atualizado registrado no site da Semarh, datado do último sábado, apresenta a lagoa com um volume de 62 milhões de m3 de água, 74,25% de sua capacidade total. Isso representa uma cota entre 40 e 41 metros (medida a partir do nível do mar, sendo que mesmo vazio o reservatório teria uma cota de 10,4 m). O nível mínimo necessário para retirada de água para a adutora é de 39m, segundo acordo firmado com o Ministério Público, e para ficar abaixo disso, o manancial teria de perder ainda 9 milhões de m3. 

Para evitar problemas futuros, contudo, a secretaria já iniciou o processo de licitação para a construção de oito poços, que serão perfurados próximo ao riacho de Boacica, que liga a lagoa ao oceano. O empréstimo do Governo do Estado ao Banco Mundial, no valor de R$ 35 milhões, foi aprovado pelo Congresso Nacional no final de 2007 e deverá ser assinado em breve. Outros R$ 25 milhões virão de recursos próprios e, somados, irão dar suporte ao projeto de “reforço do sistema produtivo” de água.

Uma vez em funcionamento, os oito poços deverão gerar em torno de 250 l/s, quantidade próxima à retirada atualmente pela adutora (300 l/s). “O objetivo é exatamente aliviar a lagoa do Bonfim e garantir o abastecimento mesmo se no futuro vier a ocorrer períodos extremos de seca. Com a bateria de poços, a idéia é se retirar apenas 150 litros por segundo da lagoa”, explica Joana D’arc. Apesar de ainda depender de diversas etapas burocráticas, a expectativa da coordenadora é que as novas fontes de captação estejam em funcionamento no início do próximo ano.

Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Voltar