Previdência e Bolsa Família elevam renda do nordestino

10/01/2008
As transferências de recursos da Previdência e de programas sociais do governo federal, com destaque para o Bolsa Família, explicam o crescimento da renda familiar média no Nordeste nos últimos anos, conforme avaliação da economista Tania Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco.
 
Bacelar explica que, embora represente apenas 28% da população brasileira, o Nordeste detém 42% da população economicamente ativa (PEA) agrícola do Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Como a Previdência transferiu a previdência para o mundo rural, o Nordeste tem um peso maior na população rural. O primeiro impacto veio da Constituição de 88, no começo dos anos 90”, justifica.
 
O segundo elemento que impulsionou o aumento da renda familiar na região foi o Bolsa Família, que passou de R$ 2 bilhões ao ano para R$ 10 bilhões ao ano. Tania Bacelar explicou que apesar da região ter 28% da população nacional, ela concentra a metade dos pobres do Brasil. “Então ela capta a metade do volume transferido no Bolsa Família”.
 
A professora da UFPE avaliou que outro fator que contribuiu para o desempenho positivo do Nordeste nos últimos anos foi o aumento real do salário mínimo. “De novo, o Nordeste tem 28% da população, mas tem a metade dos trabalhadores que ganham salário mínimo no Brasil. Então, tem um impacto diferenciado”, constatou.
 
O quarto fator que influenciou o crescimento da região em níveis comparáveis aos da China, na avaliação da professora, foi o aumento do emprego formal. “O Nordeste está tendo uma participação importante nesse aumento do emprego”. Bacelar acredita que a tendência é de continuidade do aumento da renda familiar média do nordestino nos próximos anos. “O que vai diminuir, avaliou, é o impacto do Bolsa Família, que foi muito significativo. O governo está pensando em fazer algumas extensões, mas eu acho que o impacto principal já ocorreu”.
 
 
Fonte: Agência Brasil e MDS
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