Pólo da Tilápia dará suporte ao biodiesel no RN

18/01/2008
Já a partir de 2008, a produção de biodiesel no Rio Grande do Norte terá um suporte significativo com mais áreas disponíveis ao plantio de sementes que servem de matéria-prima à produção do biocombustível, como as de girassol, por exemplo. O importante anúncio para a economia potiguar foi feito na manhã desta sexta-feira (18), pelo vice-governador e secretário estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Iberê Ferreira de Souza, durante a visita ao Pólo da Tilápia do Mato Grande, construído com o apoio do Governo do Estado no assentamento Aracati, município de Ceará-Mirim.
 
“O Governo do Estado tem total interesse em iniciativas como esta, ainda mais vindo de um assentamento tão bem sucedido como o de Aracati, com um trabalho tão sério e consolidado no mercado. Viemos ouvir as experiências e mostrar que queremos contribuir, tanto que já estamos viabilizando um convênio com a Petrobrás para comprarmos toda a produção, não só do girassol daqui, mas também do algodão de outras áreas do Estado”, disse Iberê.
 
O projeto, realizado pelo Governo do Estado, através da Emater-RN, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e vários parceiros públicos e privados, beneficia atualmente mais de 160 famílias através da piscicultura, com uma produção mensal superior a cinco mil quilos de tilápia. Mas com a evolução de outras culturas bem sucedidas na área, como a de hortifrutigranjeiros, surgiu a necessidade natural de um novo plantio, daí a idéia do cultivo do girassol para produção do biodiesel. A meta inicial é plantar de imediato a semente numa área de dois mil hectares em vários assentamentos do Mato Grande e iniciar a colheita em meados de junho. A expectativa é de que no futuro sejam atendidas pelo menos 500 famílias dos 15 municípios integrantes da região do Mato Grande.
 
“Com um trabalho sério estamos crescendo gradativamente, ganhando respeito dos órgãos públicos e privados e construindo cada vez mais parcerias. O Governo do Estado e a Petrobrás vão comprar nossa produção de girassol e não teremos problemas de falta de crédito, já que o Banco do Brasil terá mais de 30 agências com financiamentos específicos para o biodiesel”, destacou Livânia Frizon, presidente da Cooperativa dos Produtores de Canudos (Coopec), uma das agrovilas do assentamento.
 
Além da produção de girassol, os agricultores também vão trabalhar de forma experimental com o plantio de outra oleaginosa, o pinhão manso.
 
RENDA
 
A criação de tilápias trouxe também outras perspectivas aos agricultores familiares. Uma iniciativa, já em desenvolvimento no assentamento Aracati, são os hortifrutigranjeiros. Para diversificar o cultivo – antes centrado no mandiocal – a água fertilizada dos tanques (renovada obrigatoriamente) está sendo utilizada na irrigação das hortas.
 
“Estamos plantando, nos quintais de nossas casas, alface, cebola, coentro, tomate”, exemplifica Francisco Félix da Silva. Segundo o agricultor, até as próprias mandiocas começam a ter maior produtividade com a irrigação riquíssima em adubos (estercos, soja e milho). São 18 tanques para piscicultura, cada um tem entre 25 e 75 metros, com 1,3 milhão de litros. Cerca de 10% da água renovada, mensalmente, vai para a plantação.
 
O cultivo de plantas oleaginosas servirá ainda para redução de custos com ração. Em vez de adicioná-los à gasolina, o girassol e o sorgo vão substituir a soja e o milho, importantes para alimentação dos peixes.
 
 
Fonte: Assecom/RN
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