Assu e Natal tem a pior cobertura do ESF

18/02/2008
Assu e Natal são os municípios do Rio Grande do Norte com os piores índices de cobertura populacional do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), antigo Programa Saúde da Família (PSF), que garante atenção básica à saúde. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP), na capital do Vale do Açu e na capital do Estado, a cobertura populacional varia entre 43% e 59%, ou seja, no mínimo, 41% da população dos dois municípios não tem acesso à saúde básica.

De acordo com dados do Departamento de Atenção Básica (DAB), do Ministério da Saúde, em dezembro de 2007 Assu contava com apenas 10 equipes da ESF implantados, enquanto que o número de agentes comunitários de saúde (ACS) trabalhando era de 122, já a quantidade de profissionais da Estratégia de Saúde Bucal (ESB) era 10.

Em Natal o número de equipes da ESF implantadas somava 96; a quantidade de ACS chegava a 597 e os profissionais da ESB totalizavam 82.

A situação não é complicada apenas nestes dois municípios. Segundo a Sesap, outras oito cidades tem cobertura entre 60% e 79%. São elas: Baraúna, Caicó, Currais novos, Apodi, Areia Branca, Jardim de Piranhas, São Gonçalo do Amarante e Extremoz.

Outros 11 municípios garantem saúde básica de 80% a 99% da população. Neste grupo estão as cidades de Cruzeta, São Rafael, Parelhas, Venha Ver, Pilões, Lagoa de Velhos, Senador George Avelino, Parnamirim, Macaíba, Pendências e Mossoró.
Os demais municípios, segundo a Sesap, garantem saúde básica a 100% da população. Neste grupo estão cidades como Macau e Santa Cruz.

Apesar de muitos municípios do Estado ainda estarem com boa parte da população sem receber saúde básica, Uiacy Alencar, técnica da Sesap, ressalta que o número de Equipes Saúde da Família implantadas no Estado cresceu 81,37% nos últimos cinco anos. De acordo com ela, em 2002 o Estado tinha implantado 451 Equipes, já em 2007 o número de Equipes totaliza 818, um acréscimo de 367 equipes. A expansão do RN ficou na terceira colocação do Nordeste ficando atrás apenas dos Estados do Maranhão e da Bahia.

Uiacy observa que as cidades de maior número populacional são as que possuem menor número de equipes implantadas. Para ela, as maiores dificuldades para expansão das Equipes da Saúde da Família são a falta do profissional médico generalista, a precarização do trabalho, a estrutura inadequada e profissionais qualificados.

A técnica salientou que, atualmente, o maior desafio da gestão é qualificar os municípios para melhorar a assistência à família e a comunidade. Ela se mostra otimistas, pois o Ministério da Saúde vem disponibilizando mais recursos para implantação de novas equipes e capacitação de profissionais, gestores e conselheiros. “Nesse contexto o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) com o objetivo de ampliar a abrangência das ações da saúde da família”, ressaltou.
 
Assu precisa de mais de vinte equipes

Numa cidade como Assu, que tem uma população superior a 50 mil pessoas, seria necessário a implantação de mais de vinte equipes para atender todo mundo, mas, atualmente, apenas 10 equipes estão atuando.

No entanto, segundo o secretário municipal de Saúde de Assu, Ivan Júnior, mais cinco equipes serão instaladas nos próximos meses. Duas serão instaladas na nova sede da Unidade de Saúde do bairro São João, que está com obras sendo finalizadas.

Cada equipe da Saúde da Família se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 mil a 4 mil e 500 pessoas ou de mil famílias de uma determinada área.

As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental.

A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade.
 
 
Fonte: Jornal De Fato
 
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