O Rio Grande do Norte possui 17 municÃpios que estão inseridos numa área de elevado risco hÃdrico, ou seja, que sofrem escassez de água. De acordo com o Atlas Nordeste do Abastecimento Urbano de Ãgua, da Agência Nacional de Ãguas (ANA), Acari, Afonso Bezerra, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Currais Novos, Jaçanã, Jardim do Seridó, João Câmara, Lajes, Lagoa Nova, Parelhas, Pedro Avelino, São José do Campestre, Santa Cruz, São Paulo do Potengi, São Tomé e Tangará estão localizados numa área de risco hÃdrico que representa 27% de todo território potiguar.
No entanto, segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos HÃdricos, a realidade atual não é igual à constatação feita pelo Atlas. A assessoria destacou que o municÃpio de Lagoa Nova não faz mais parte da área de risco, pois foi beneficiado com a construção da adutora Serra de Santana. Falou ainda que os municÃpios de Currais Novos e Acari serão contemplados com a construção da adutora do Seridó, que foi incluÃda no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. “Currais Novos é um municÃpio prioritário, pois o açude Dourado que abastecia a cidade é considerado, hoje, um açude mortoâ€, observou a assessoria, que disse ainda que Parelhas já tem um projeto pronto e que a secretaria tem ações previstas pata quase todos os municÃpios incluÃdos na área de risco hÃdrico.
De acordo com estudo Atlas, feito, pelo Grupo de Recursos HÃdricos da Universidade Federal de Pernambuco, a disponibilidade total de recursos hÃdricos superficiais no Estado do Rio Grande do Norte, considerando uma garantia de 100%, é da ordem de 28m³/s. O estudo destaca que merece especial atenção a distribuição geográfica irregular a que está sujeita, com algo em torno de 97% da vazão disponÃvel concentrada nas bacias Apodi- Mossoró (21,5%) e Piranhas (76,1%).
De acordo com o estudo, a observação dessa caracterÃstica do Rio Grande do Norte deixa patente a necessidade de uma postura de integração dos recursos hÃdricos, com a utilização de recursos de transferências entre bacias, ou seja, o estudo recomenda a construção de adutoras para levar água das bacias com disponibilidade de recursos hÃdricos para as áreas de risco hÃdrico.
Quanto aos recursos hÃdricos subterrâneos, o Atlas identificou três domÃnios hidrogeológicos: Poroso, Fraturado e Fraturado-Cárstico. Apontou que O DomÃnio Fraturado é representado pelo sistema aqüÃfero Cristalino, que ocupa cerca de 30.000km² (56,4% da área do Estado). Apresenta baixo potencial hÃdrico com vazão e profundidades médias dos poços de 1,5m³/h e 50m, respectivamente, ou seja, a maior parte do RN também apresenta potencial escasso de recursos hÃdricos.
Atlas prevê 57% dos municÃpios em situação crÃtica em 2025
Se não foram feitos investimentos que possam mudar a atual situação hÃdrica do Rio Grande do Norte, em 2025 apenas 43% dos municÃpios do Estado apresentarão abastecimento de água satisfatório, enquanto que 57%, mais da metade, apresentarão situação crÃtica. De acordo com o estudo, existe uma grande concentração de municÃpios com sistemas crÃticos nas bacias dos rios Jacu/Curimataú e Trairi/Pirangi, e na bacia do rio Piranhas, apesar de que esta última apresenta grande disponibilidade hÃdrica.
Entre os municÃpios que compõem o Vale do Açu, Jucurutu é o único que tem uma previsão não-satisfatória para 2025. Para evitar que o municÃpio enfrente um grave problema hÃdrico daqui a 17 anos, o estudo propõe que o sistema hÃdrico existente atualmente seja ampliado.
Os municÃpios de Açu, Alto do Rodrigues, Itajá, Pendências e São Rafael tiveram previsão satisfatória para 2025. Os demais municÃpios do Vale não participaram do estudo.
Fonte: Jornal DeFato