Nível dos reservatórios do Rio Grande do Norte não preocupa ainda

03/03/2008
Milhares de potiguares ainda sofrem com a falta de chuvas ao logo do território do Rio Grande do Norte. Para aqueles que dependem do acúmulo da água das chuvas em seus pequenos reservatórios, o momento é de bastante preocupação e de dependência da ajuda dos órgãos públicos, como o Exército, que tem levado os carros-pipas aos mais longínquos lugares do Estado, onde a terra ferve a estas horas. Mas, para aqueles que têm água encanada em suas casas e não dependem dos níveis dos reservatórios o atual cenário ainda não é de preocupação.

É o que garante o diretor do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (IGARN), Celso de Macedo Veiga. Segundo ele, os níveis dos reservatórios estão dentro da normalidade para este período do ano. No entanto, Celso Veiga admite que já deveria ter entrado água nos reservatórios. “Ainda estamos aguardando o início da entrada chuvosa”, ponderou.

A única preocupação neste momento é com a lagoa do Bonfim, em Nísia Floresta, que tem uma cota de água estabelecida, devido a um ajustamento de conduta com o Ministério Público. “Os demais reservatórios estão com os níveis dentro do esperado”, garantiu.

De acordo com as últimas medições feitas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), a situação dos principais reservatórios do Estado é bastante confortável. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, maior reservatório do RN e que faz parte da Bacia Piranhas/Açu, por exemplo, está com 73,31% de sua capacidade ou 1,76 bilhão de metros cúbicos de água de um total de 2,4 bilhões.

Nesta Bacia, também estão com níveis acima de 50% os reservatórios do Mendubim em Assu (59,62%), Pataxó em Ipanguaçu (58,85%), Rio da Pedra em Santana do Mato (53,02%), Sabugi em São João do Sabugi (51,43%), e Esguicho em Ouro Branco (50,27%), todos com capacidade superior a 12 milhões de metros cúbicos de água.

Na Bacia Apodi/Mossoró, o principal reservatório também está com mais de 70% de sua capacidade, a barragem Santa Cruz do Apodi tem hoje 420 milhões de metros cúbicos de água, de um total de 599 milhões.

Os reservatórios Marcelino Vieira, Lucrécia e Rodeador, em Umarizal, estão com mais de 50% de sua capacidade, com 54,03%, 51,60% e 77,56% respectivamente.
As medições foram feitas pela Semarh no período de 27 de dezembro a 11 de fevereiro passados.

Bacia do Trairi apresenta os menores níveis

De todas as bacias hidrográficas do Estado, a Bacia Trairi é a que apresenta os menores níveis de água em seus reservatórios, não chegando sequer a 40% de sua capacidade.
Dentre os três reservatórios da Bacia, o que está em situação menos delicada é o Santa Cruz do Trairi, em Santa Cruz, que está hoje com 37,39% de sua capacidade, seguindo pelo Inharé também em Santa Cruz com 28,03% e Trairi, o maior da bacia, em Tangará com 27,93% da capacidade.

Na bacia Piranhas/Açu preocupa, principalmente, os níveis do Itans em Caicó, hoje com apenas 24,33% de sua capacidade, e Boqueirão de Parelhas, em Parelhas, com 27,79%, além do Passagem das Traíras em São José do Seridó com 27,47% de sua capacidade.
Na Bacia Apodi/Mossoró, Umari, em Upanema, com 37,29% de sua capacidade, e Pau dos Ferros, com 43,60%, estão com níveis bem baixo.

De acordo com Celso Veiga, o quadro pode ficar complicado se não começar a chover neste mês de março. Agora resta torcer que as previsões climáticas, que apontam para chuvas acima da média no Estado, se concretizem, pois a estiagem ainda mantém mais de 70 municípios do RN em Estado de Emergência (veja a lista no infográfico), de acordo com a Defesa Civil.

Fonte: Jornal DeFato

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