Governo apresenta proposta sobre dívida rural na terça-feira

10/03/2008
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou  que o governo vai apresentar um “desenho” da proposta de renegociação das dívidas  dos produtores rurais na próxima terça-feira, a um grupo de parlamentares  da Comissão de Agricultura da Câmara. Ele disse que o Ministério da Fazenda  já sinalizou com algumas medidas que poderão ser tomadas. Entre elas, está a  adequação dos juros e a “eliminação de gorduras”, tais como taxas e multas que  foram aplicadas sobre a dívida principal. 
 
O ministro visitou esta semana o Congresso Nacional  para uma  visita de cortesia ao novo presidente da Comissão de Agricultura, Onix Lorenzoni  (DEM-RS).  Segundo Stephanes, numa rápida reunião,  foi discutido o calendário de assuntos prioritários para o agronegócio. Entre  eles, está a questão do desmatamento na Amazônia, o embargo da União Européia  à carne bovina brasileira, a elevação dos preços dos insumos e a questão do  endividamento rural. 
 
Stephanes observou, já na saída do Congresso, que foram feitos cortes no orçamento  do Ministério da Agricultura, principalmente nos recursos para comercialização.  Mas a expectativa dele é que o orçamento seja recomposto.  Segundo uma fonte do Congresso, um produtor que tinha uma dívida de R$ 119 mil  teve seu débito elevado para R$ 357 mil, quando houve a securitização entre  1999 e 2000.
 
O valor aumentou porque houve acréscimo de juros, multas e taxas  sobre o valor principal.  Essa fonte comentou, ainda, que o estudo desenvolvido pelo governo estima a  dívida do setor rural em cerca de R$ 100 bilhões e 60% desse total vai vencer  entre 2008 e 2011. “Há um gargalo.
 
Ninguém vai conseguir pagar isso”, afirmou  a fonte, que tem participado das discussões sobre o assunto.  Segundo ele, o governo deve prorrogar e renegociar as dívidas dos produtores  de milho, café, arroz, soja, trigo, e algodão. Esses produtores, segundo a fonte,  tiveram faturamento entre R$ 65 bilhões e R$ 67 bilhões com a venda desses produtos  em 2005. Os encargos dos financiamentos oscilaram entre 8,75% e 20% ao ano.
 
 
Fonte: Tribuna do Norte
Voltar