Salineiros potiguares podem fazer acordo com chilenos

24/03/2008
Embora a indústria de extração e de moagem e refino de sal do Rio Grande do Norte estejam tentando, judicialmente, por um fim à concorrência desleal dos produtores de sal do Chile, não está descartada a possibilidade de um acordo com os produtores chilenos.

O vice-presidente do Sindicado dos Moageiros do Sal (Simorsal), José Joaquim dos Santos, acha possível se fazer um acordo, garantindo uma cota de importação do sal do Chile, que está mais interessado, segundo ele, em voltar com os navios carregados de minério brasileiro a partir do porto de Paranaguá (PR).

José Joaquim dos Santos disse que as importações de sal do Chile chegou a 700 mil toneladas por ano. Ele acredita que até maio serão realizadas as primeiras reuniões com os chilenos, de forma que a indústria química brasileira, que compra 100% do sal chileno, também passe a comprar o sal do Rio Grande do Norte.

`A persistir a concorrência do sal chileno, devido à prática de frete subsidiado, o risco de desemprego no setor é muito grande, o que pode provocar um problema social grave, já que 20 mil pessoas dependem desse emprego no Rio Grande do Norte`, disse ele.

O último relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) informa que no Brasil, a produção estimada de sal, de todos os tipos, foi de cerca, de 6.746 mil toneladas em 2006. No ano anterior, a produção brasileira foi de 7.079 toneladas, portanto, havendo uma queda na produção de sal da ordem de 2,8%.

No tocante aos recursos mundiais, a oferta de sal é considerada inexaurível. Nos últimos anos, somente os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí tem permanecido com áreas de salinas produtivas no Brasil.

O Rio Grande do Norte continuou líder no cenário nacional, com cerca, de 4.918 mil toneladas produzidas, o equivalente a 73% da produção total brasileira de sal e de, aproximadamente, 96% da produção nacional de sal marinho.

O relatório do DNPM assinado por Jorge Luiz Costa diz que contribuíram para a produção norte-rio-grandense os municípios de: Macau, com 1.824 mil toneladas, representando 37% da produção do Estado; Mossoró, com 1.678 mil toneladas (34%); Areia Branca, com 628 mil toneladas (13%); Galinhos, com 450 mil toneladas (9%) e Grossos, com 338 mil toneladas (7%).

Outros estados produtores de sal marinho foram: Rio de Janeiro, com 25 mil toneladas de sal por evaporação solar e 95 mil toneladas de salmoura (equivalente em sal) perfazendo um total de 120 mil toneladas e, representando 2,3% da produção nacional; Ceará, com 74 mil toneladas (1,5%) e, por último o estado do Piauí, com 10 mil toneladas (0,2%). A produção de sal-gema (Bahia e Alagoas) contribuiu com 24% (1.623 mil toneladas) para a produção total de sal do País.

Fonte: Tribuna do Norte
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