Casos de dengue subiram 251% só neste ano no Rio Grande do Norte

28/03/2008
O Rio Grande do Norte figura entre os estados que apresentam uma piora significativa no número de notificações de dengue. O Estado registra um aumento de 251,8% no número de casos notificados, nos três primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Já são contabilizadas 6.780 notificações este ano, contra 2.692 em 2007. A Coordenação de Promoção a Saúde do Governo do Estado estima que o total deve ser ainda maior. Isso se deve a grande quantidade de pessoas que não busca atendimento médico para diagnosticar a doença.

A coordenadora da Promoção a Saúde, Celeste Rocha, afirma que muita gente confunde a dengue com uma virose mais simples, e comete o erro de se automedicar em casa. “Muitas dessas pessoas certamente não vão ao médico, e em muitos casos, não é acometido somente de uma virose. Tem dengue mesmo”, esclarece a coordenadora.

Maria da Conceição Dantas, 35, moradora do Santa Helena, um dos bairros mais afetados pela dengue em Mossoró, representa este grupo de pessoas. Ela conta que há três dias sente dores fortes no corpo, febre alta e dores nos olhos. Na mesma casa, mais dois moradores apresentam as características da dengue. Até o momento, apenas uma buscou atendimento. “Parece que tá saindo quentura de dentro pra fora. Mas a gente vai tomando tylenol até que melhore. Se não melhorar aí vai pro hospital”, declara a dona-de-casa.

Celeste Rocha reconhece as falhas de combate à dengue. Segundo ela, o acompanhamento das equipes não foi tão ágil quanto à velocidade em que se proliferou o vetor, Aedes aegypti. “O desenvolvimento do mosquito vetor foi mais rápido que a ação de prevenção da doença. Infelizmente. Mas também acredito que esse alto índice de notificação se deve ao nosso sistema, que melhorou bastante”, avalia a coordenadora.
Em todo o ano passado, o número de notificações chegou a 15 mil. Este total, de acordo com Rocha, deve ser facilmente ultrapassado, tendo em vista que a maior incidência da doença ocorre no segundo trimestre. “Isso preocupa muito. Se até agora já ultrapassamos seis mil casos, é provável que os 15 mil sejam ultrapassados. A epidemia não está descartada”, comenta.

Em Mossoró, o total de casos notificados já é superior a 200, com 43 confirmações. As chuvas freqüentes e o clima favorecem o aparecimento de novos focos da doença.

Fonte: Jornal DeFato
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