Queda de ponte em Macau deixa mais de 1500 pessoas ilhadas

08/04/2008
Casas alagadas, desabrigados, ponte e estradas destruídas, rio poluído e economia fortemente abalada. Essa é a situação do município de Macau, que vem sendo bastante castigado pelas chuvas que caem no Rio Grande do Norte. No último sábado (05), a força das águas derrubou  a ponte que ligava o centro de Macau ao bairro da Ilha de Sant’Ana e deixou cerca de 1.500 pessoas ilhadas. Além disso, o transporte de sal que era feito pela ponte está comprometido. Somente uma empresa, a Henrique Laje, transportava 25 carretas de sal por dia.

`O nosso maior objetivo agora é fazer o transporte das pessoas que estão na Ilha. Estamos contando com a ajuda de 25 homens da marinha que vão orientar e transportar essas pessoas, até que as águas dos rios voltem ao normal`, disse o prefeito de Macau, Flávio Veras.

Reconstrução

A construção de uma nova ponte ligando a cidade de Macau à Ilha de Sant’Ana já estava em processo de licitação, mas diante da situação, o secretário de Infra-Estrutura, Adalberto Pessoa, vai ‘atropelar’ a licitação para que seja construída o quanto antes.

`Já existia um pré-projeto da ponte, que foi feito pela iniciativa privada em parceria com a prefeitura, nós fizemos algumas adaptações e vamos começar o quanto antes. Não vai ser preciso esperar baixar as águas do rio porque a empresa que quiser fazer a obra vai ter que trabalhar nessas condições`, disse o secretário.

De acordo com o projeto, a ponte terá 330 metros de extensão e sete metros de altura. Serão duas vias destinadas à passagem de carros e caminhões e passarelas laterais para bicicletas e pedestres. A estimativa do governo é que sejam gastos sete milhões de reais e que  dentro de oito meses já esteja concluída.

Enquanto isso, o deslocamento da população continuará sendo feito por barcos da Marinha.

Economia

Com as chuvas, praticamente todas as salinas e viveiros de camarão da região foram alagados e a estimativa é que pelo menos mil empregos foram perdidos. Para o vice-governador, Iberê Ferreira de Souza, `a economia da região vai ser fortemente abatida e serão necessários pelo menos dois anos para que tudo seja reconstruído`.

Até agora, 600 pescadores da região foram prejudicados. `A situação está muito complicada, se não bastasse todo esse caos, estamos com problemas ambientais porque as águas romperam a tubulação da Caern e o esgoto está todo indo para o rio Assu`, disse o presidente do Conselho de Meio Ambiente de Macau, Francisco Cláudio da Costa.

Com esse rompimento todos os dejetos do município estão sendo jogados direto para o rio. Por causa disso, o abastecimento de água do município foi cortado. A prefeitura também suspendeu a venda de peixes e camarão.

`Como as águas estão poluídas, achamos por bem que a população não consuma esse tipo de alimento e não tome banho de rio e nem de mar, para onde o esgoto está sendo levado`, disse o prefeito.

Fonte: Tribuna do Norte.
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