Salineiros prevêem redução na produção de sal refinado

11/04/2008
Fornecedor de quase 100% do sal que abastece o país, o setor salineiro potiguar está apreensivo em relação à venda do mineral para uso doméstico. Reunidos nesta quinta-feira (10) para discutir as perdas devido às enchentes, empresários do ramo ainda não definiram o tamanho do prejuízo, mas há estimativas que apontam para danos em 30% da produção.

O vice-presidente do Sindicato da Indústria e Extração do Sal (Siersal), Airton Torres, explicou que o problema está concentrado no sal refinado e moído, usado para consumo humano. `Este segmento é formado por várias indústrias, de médio e pequeno porte, que não têm grandes estoques`, diz Torres, `haverá uma forte redução na oferta desse sal`. As perdas vieram com o excesso de chuvas na região produtora, no Litoral Norte, e nas demais áreas do estado, que provocaram o transbordamento dos rios e fizeram a água invadir os tanques.

Sem sol, com sal espalhado e com água de má qualidade, os salinicultores perderam mercadoria, o que reflete diretamente na indústria de moagem e refinamento, que geralmente trabalha com estoques pequenos. Torres adverte que vai haver redução ou retardamento do próximo período de produção, que normalmente se iniciaria em julho. `Agora há muito mais água doce nas salinas que precisa ser evaporada`.

Ele diz que é preciso esperar as águas baixarem para fazer uma previsão mais concreta, uma vez que ainda não se pode avaliar outros problemas, como danos a equipamentos e à estrutura física das salinas. Contudo, Torres comentou que, na reunião, com participação de pelo menos 30 empresas, algumas chegaram a estimar seus prejuízos em 30% e 35% da produção. `Mas esse percentual ainda não tem segurança, precisamos esperar`, advertiu.

Já o fornecimento de sal destinado às indústrias, principalmente as da área química, não será afetado, como esclarece Airton Torres. Ele diz que esse sal, grosso e transportado a granel, é vendido por empresas que têm grandes e bem guardados estoques, pois precisam cumprir contratos de longo prazo.

Com informações da Tribuna do Norte.
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