Empresa de fruticultura demite mais de mil no Vale do Açu

06/05/2008
Em uma nota oficial publicada em jornais potiguares no último sábado (03), a produtora e exportadora de frutas Del Monte Fresh explica que está demitindo cerca de mil funcionários no Rio Grande do Norte, devido aos `inúmeros prejuízos` causados pelas enchentes no Vale do Açu, onde concentra sua produção. Diante da notícia, o governo estadual quer conversar com a empresa, que semanas atrás havia anunciado que `faria o possível para não haver corte de pessoal`.
 
De acordo com a companhia, os desligamentos já estão acontecendo. O gerente jurídico e de Relações Institucionais da Del Monte, Newton Assunção, informou que as demissões estão se dando principalmente em Carnaubais e na Zona Rural de Assu. `São as áreas mais críticas`, explicou o executivo. Ele estima que 40% dos 2,6 mil empregados da Del Monte no estado sejam dispensados. Há, contudo, previsão de que os postos sejam reocupados quando a situação for normalizada.
 
Entre as 12 fazendas da companhia, pelo menos quatro ainda estão com acesso comprometido e várias continuam alagadas. Assunção diz que ainda não é possível fazer uma avaliação exata dos danos e mensuração dos prejuízos.
 
Contudo, há estimativas que indicam perda de metade da produção prevista para este ano, de 4,5 milhões de caixas (81 mil toneladas). Dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico, no ano passado, a Del Monte foi a terceira maior exportadora do estado, com movimentações da ordem de US$ 27,3 milhões (R$ 45 milhões).
 
Segundo o vice-governador do estado, Iberê Ferreira, nesta quarta-feira (07) haverá uma reunião com a Del Monte, a pedido do governo, para discutir a situação da empresa. `Ela tinha nos dito que ia fazer o possível para não demitir`, lembra Iberê, `chamamos a empresa para ver o que é possível fazer`. Ele explica que o governo quer achar soluções que minimizem os danos aos trabalhadores, como reaproveitar um empregado da área de embalagem, por exemplo, na recuperação das plantações.
 
Em relação a medidas de apoio a todos os setores prejudicados, que procuram o governo desde o início de abril, Iberê disse que os bancos oficiais já foram autorizados pelo governo federal a alongarem o prazo de empréstimos que estão vencendo e a criar linhas de créditos especiais para as empresas afetadas. Além disso, há perspectiva de a União libere pelo menos os repasses dos créditos de ICMS da Lei Kandir que estão atrasados e ainda não foram pagos aos exportadores.

Fonte: Tribuna do Norte
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