Municípios discutem transição para ações na educação

12/05/2008
A falta de uma transição democrática entre governos, ao término dos mandatos, pode causar problemas para os gestores municipais de educação. Alguns exemplos foram relatados durante o 6º Grupo de Trabalho das Capitais e Grandes Cidades, que reúne representantes de 150 municípios com pelo menos 163 mil habitantes que foi encerrado na tarde desta sexta-feira (9) em Brasília.

`Nossa transição foi traumática. Até os dados dos computadores foram deletados`, contou o secretário municipal de educação de Contagem (MG), Lindomar Segundo. Em Fortaleza, segundo a secretária Rosemary Conti, os contratos, convênios e programas do município foram paralisados. Muitos dos representantes das secretarias municipais, ao assumir os cargos, tiveram de começar o trabalho do zero.

Os participantes do encontro debateram, com representantes do Ministério da Educação, formas de realizar essa transição democrática entre os governos. A intenção é garantir a continuidade das ações, independentemente da mudança de gestão governamental. 

`A coisa pública não é do prefeito ou do secretário, é de todos. A pessoa que assumir o mandato deve conhecer todos os programas e ações`, afirma a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda. Pilar aconselhou os secretários presentes a usar os meses que restam de seus mandatos, até o final do ano, para organizar uma transição de governo clara.

Segundo a professora Maria Tereza Augusti, do Instituto Florestan Fernandes, há no país uma percepção equivocada de que organizar uma transição transparente e facilitar a gestão do próximo governante representa uma espécie de entrega, de desistência. `Ao contrário, a transição permite a perenidade da garantia dos direitos`, explica.

Para evitar a descontinuidade das ações, é preciso que o Brasil caminhe para a institucionalização das políticas públicas, diz a professora Tereza. De acordo com ela, a capacidade de gestão não tem a ver com a criatividade do gestor, mas com critérios e padrões definidos legalmente. Ela explica que as políticas públicas devem fugir da subjetividade e de manipulações, a partir de normas legais e foco no interesse público.

Com informações do Ministério da Educação.
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