Em algumas regiões do país, mais notadamente nas dunas do Nordeste, grandes turbinas eólicas fazem parte da paisagem. Essas estruturas impressionantes são responsáveis por gerar energia elétrica a partir da força dos ventos. Agora, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta para um novo horizonte no Brasil: a expansão das usinas eólicas para o mar, conhecidas como usinas eólicas offshore.
O Rio Grande do Norte, estado que já é destaque na geração de energia eólica em terra, pode desempenhar um papel crucial nessa transição energética. Segundo a pesquisa "Oportunidades e Desafios para Geração Eólica Offshore no Brasil e a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono", elaborada pela CNI, o Brasil tem um potencial inexplorado para a geração de energia eólica offshore que pode alcançar até 700 GW, o que representa 3,6 vezes a capacidade total de energia elétrica já instalada e conectada ao Sistema Interligado Nacional (194 GW).
"Estamos diante de uma oportunidade extraordinária para o Rio Grande do Norte e para todo o Brasil. A expansão da energia eólica offshore é uma estratégia fundamental para promover a transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável", destaca o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Luciano Santos.
A pesquisa da CNI prevê que o parque eólico offshore global alcance o patamar de 316 GW até 2040, com investimentos estimados em até US$ 1 trilhão. O Brasil, com sua extensa costa e condições favoráveis de vento, tem um papel importante a desempenhar nesse cenário.
Além dos benefícios ambientais da energia limpa, a inclusão da energia eólica offshore na matriz energética brasileira é fundamental para que o país cumpra seus compromissos internacionais, como o Acordo de Paris, que visa à redução das emissões de gases de efeito estufa. O Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 50% até 2030, tendo como base os níveis de 2005. Além disso, o país se comprometeu a atingir emissões líquidas neutras até 2050.
"A energia eólica offshore é uma adição valiosa para a expansão das energias renováveis no Brasil e para a manutenção de uma matriz energética elétrica cada vez mais limpa e sustentável", avalia Davi Bomtempo, gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
O estudo identificou que as regiões do litoral nordestino, incluindo o Rio Grande do Norte, estão entre as áreas com maior potencial para a geração de energia eólica offshore. A proximidade de portos nessa região pode facilitar a exportação de energia excedente, especialmente para países do Hemisfério Norte.
A criação de um marco regulatório sólido para a energia eólica offshore é fundamental para orientar o desenvolvimento dessa atividade no Brasil e atrair investimentos. A Petrobras já demonstrou interesse nesse setor, firmando parceria com a multinacional norueguesa Equinor para avaliar projetos de eólica offshore com potencial para gerar até 14,5 GW.
À medida que o Brasil avança em direção à transição energética, a energia eólica offshore surge como um pilar importante para promover um futuro mais limpo, sustentável e com menor dependência de fontes não renováveis. O Rio Grande do Norte, com seu potencial eólico excepcional, está preparado para desempenhar um papel de liderança nesse movimento rumo a uma matriz energética mais verde e eficiente.